domingo, 13 de abril de 2008

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Lição

Que os meus erros possam servir de exemplo para que outros erros sejam evitados.Que os seres humanos percebam que seus semelhantes valem mais que objetos caros.Que a dor que sentimos em nós, sirva para prestarmos auxílio àqueles que necessitam de ajuda.Que um punhado de dinheiro não valha mais que uma vida humana.Que eu não me iluda pelo resto dos meus breves dias, achando que alguém, de fato, prestará atenção no que eu digo.Que a morte me seja suave e amiga, não me deixando sofrer em vão, e me livrando dos horrores desta vida insana.

domingo, 16 de março de 2008

Nine Lives

Eu bem que gostaria de ter nove vidas, mas só tenho uma, e ela tá passando "numa velocidade"... (como diria o velho e bom Patropi)!!! Estamos, assim, presos a esta roda da vida, sendo alvos constantes de fatos e atos que nos tentam destruir, derrubar, arrasar... Muitos de nós falham. Muitos saem irremediavelmente feridos. Muitos desistem no meio da estrada. Muitos pedem para parar o mundo, para que possam descer... mas eles não podem descer. Por isso, muitos deles descem 9 andares de um modo estranho... pela janela!!! Ah, a paixão dos suicídas que se matam sem explicação, parafraseando mestre Bandeira. Assim, o círculo gira, sem parar, e a nós, cabe tentar não despencar e nos desviarmos, o quanto pudermos, das facadas que nos perseguem. Nossa, meu tempo está passando, minha vida está passando, e eu, o que eu estou fazendo??? Estou vivendo ou estou apenas seguindo o caminho da maioria. Será que sou apenas uma "Maria vai com as outras"??? Pensando bem, quem não é??? Quero viver a minha vida, como???

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Amanhã é outro dia

E se o amanhã não chegar,
não há que se desesperar,
pois sendo eternamente hoje,
nada fica para outro dia.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Copo Vazio

O cálice já não está na minha mão,
derrama agora o seu conteúdo
e já não há nada que se possa fazer.
Nem mesmo chorar o líquido derramado.
Não sei como ele tombou, não vi,
não lembro se me faltaram forças
ou se alguém empurrou meus braços.
Ou até se joguei-o propositadamente.
Sei que ele agora jaz vazio, todavia, intacto.
Mas, não sei se devo apanhá-lo
ou deixá-lo caído, de lado.
Aliás, olhando bem, parece que o cálice permanece de pé,
e sou eu quem está vazio,
abandonado no chão.
Erick Coelho.

Saber

Eu queria poder não pensar

queria não poder querer

mas na realidade eu quero o poder

mas sem poder fazer o que quero

de que me vale saber que posso

mais válido não poder saber

como não sabem as pedras

que não sentem as perdas

e não sofrem as quedas

ou se as sofrem, quebram, não sentem

a mente nos mente diariamente

e nos enganamos sem saber disso

e achamos que sabemos tudo

sabendo quase nada, valendo quase isso

não me pergunte, não queira saber

que eu só sei que nada sei,

mesmo sabendo um pouco mais.

Erick Coelho.

Somos Todos

Apenas uma fração ínfima do universo que tomou consciência de sua própria existência, o que a faz muito sofrer, mas que será libertada deste cruel desígnio assim que seu corpo deixar de funcionar e se transformar em adubo para plantas e comida para vermes e que, apesar disso, ainda consegue rir de si mesma, ou seja, o mesmo que qualquer outro ser humano!!! Não gastem seu dinheiro à toa, a porra do segredo é: Não se leve nem leve a vida muito a sério.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

A meta está traçada!!!

Hoje estou mais tranquilo, parece que encontrei o que estava procurando, uma brecha, uma saída para um certo problema. Hoje estou me planejando, me estruturando, visualiazando o campo para por em prática minha tática. Hoje já consigo divisar, mesmo ao longe, o caminho por onde devo seguir. Vai demorar algum tempo, mas tempo não tenho muito para isso, menos de um ano. Porém este será apenas o primeiro passo para algo maior. Atingir um fim, chegar ao fim de um período e recomeçar.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Há males que vêm para bem,
há bens que nunca chegam,
há sonhos que se sonham acordado,
há esperança em cada oração,
há de haver compensação,
há de ter de ouvir um sim,
há que se contentar com um não,
há de surgir um naco de pão, mesmo que amassado pelo diabo,
há que brotar um sorriso na face, mesmo meio amarelado,
há de passar uma banda lá fora,
há de nascer uma canção de protesto,
há de escorrer o sangue da luta,
há de temer as sombras da angústia,
há de pecar com quem se ama,
há morte no fim de tudo,
há luz na aurora do dia,
há um infinito em algum lugar, lá fora,
há você,
Ai de mim.
Erick Coelho.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A CACHAÇA COMO ATRATIVO CULTURAL E GASTRONÔMICO NO BRASIL

A CACHAÇA COMO ATRATIVO CULTURAL E GASTRONÔMICO NO BRASIL[1]

Erick da Cunha Coelho Zickwolff[2]


RESUMO

O presente artigo tem como proposta analisar a história da cachaça, mostrando como se deu o início do processo de fabricação da bebida e de como ela influenciou, sobremaneira, a cultura de diversas localidades do Brasil. Além disso, será apresentada a utilização da aguardente como fonte de atração em diversos municípios, principalmente, através da criação de museus tendo-a como tema central. O trabalho também mostrará a importância desta bebida para a gastronomia do país, seja pelo seu consumo de forma pura, seja como parte de receitas de carnes ou de drinques. Por fim, será demonstrada a relação da cachaça com o município fluminense de Paraty, cujo nome se tornou sinônimo da bebida. O artigo foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica, com a utilização de fontes primárias e secundárias, em sítios da internet, artigos e livros.

PALAVRAS-CHAVE

Cachaça, Museus, Turismo, Cultura, Gastronomia.

INTRODUÇÃO
A origem da cachaça está intimamente ligada ao comércio açucareiro que dominou o cenário econômico do Brasil nos séculos XVI e XVII, sendo a base de sustentação da colonização portuguesa neste período. O ciclo da cana-de-açúcar foi a primeira atividade organizada economicamente em terras brasileiras, tendo sido o primeiro engenho fundado em 1532, por Martim Afonso de Souza.
Com a expansão dos engenhos pelo litoral e interior do país, diversas localidades passaram a sofrer influencia da cultura açucareira e, por conseguinte, a assimilar seus hábitos e folclore. Estados como Minas Gerais, o maior consumidor de cachaça e São Paulo, com o maior número de produtores na atualidade, além de Pernambuco e Rio de Janeiro, hoje possuem museus dedicados a esta bebida genuinamente brasileira.
Porém, de todas as localidades que hoje produzem a cachaça, o município de Paraty possui destaque especial, uma vez que seu nome se tornou sinônimo da bebida, mais uma nomenclatura dentre as centenas que existem, tal qual “branquinha”, “goró” ou “pinga”. Além de possuir a única marca da bebida com selo de qualidade no Brasil, a Cachaça Coqueiro.
Como uma das atividades que mais cresce no mundo, o turismo muitas vezes se utiliza de manifestações regionais para se desenvolver, e a cachaça não fica de fora desta tendência. Além de ícone cultural, muitos apreciadores fazem da degustação desta bebida uma arte, e assim, inserem-na em um viés gastronômico.
Portanto, o que se pretende com o presente trabalho é analisar os fatores que fizeram da cachaça uma bebida tão popular no país e de que maneira o turismo é influenciado e incrementado através da divulgação deste bem cultural imaterial. O método básico utilizado na composição do artigo foi a pesquisa bibliográfica, com utilização de fontes primárias e secundárias.

HISTÓRIA DA CACHAÇA
A história da cachaça se inicia com as atividades relacionadas ao ciclo da cana-de-açúcar, que ocorreu no Brasil nos séculos XVI e XVII, principalmente na faixa litorânea do país, desde o nordeste até o sudeste. Tendo sido o primeiro engenho construído na feitoria de Pernambuco, logo a atividade se espalhou pelas demais localidades do Nordeste, e algum tempo depois chegou aos atuais estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.
Grandes propriedades de terra eram utilizadas para a produção da cana-de-açúcar, eram os chamados latifúndios monocultores. Haviam algumas estruturas inseridas nestas terras, como a Casa Grande, moradia do Senhor de Engenho, a Senzala, onde eram alojados os escravos utilizados na lida e o Engenho, local onde a cana era moída e transformada em açúcar puro, açúcar mascavo e cachaça.
A introdução do cultivo da cana foi imposta como forma de compensar os gastos da administração colonial, uma vez que, a primeira vista não foram encontrados no Brasil metais preciosos para serem extraídos. Os portugueses aproveitaram seus conhecimentos com a tecnologia utilizada em outras colônias, como as ilhas da Madeira e Açores, e conseguiram em pouco tempo desenvolver os engenhos em solo brasileiro. Um grande problema ocorria em relação à mão-de-obra que seria utilizada na lida, os poucos colonos não queriam se sujeitar ao trabalho braçal e os índios eram protegidos pelos jesuítas. Assim, a solução foi a importação de escravos africanos. Muitas vezes, a aguardente produzida era utilizada como moeda de escambo com as tribos africanas, em troca de prisioneiros que seriam utilizados como escravos.
O principal produto fabricado com a cana e que possuía alto valor no mercado internacional era o açúcar, tanto o branco e fino, conhecido como macho, quanto o escuro e grosso, chamado mascavo. Ainda no século XVI, na capitania de São Vicente, é descoberto o “vinho de cana” ou “garapa azeda”. Esse líquido ficava em cochos de madeira, ao relento, que eram postos para os animais e vinham nos tachos de rapadura. A bebida passou então a ser distribuída pelos senhores de engenho aos escravos, como complemento da alimentação.

FOTO 1: CANA-DE-AÇÚCAR FOTO 2: CORTE DA CANA-DE-AÇUCAR


Fonte: www.eb1-setubal-n17-amoreiras.rcts.pt Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cacha%C3%A7a
O passo final para a criação da cachaça é a destilação do “vinho de cana”, que após ser acrescido de água, passa a ser chamado de mosto. O processo é simples. O mosto é levado para um processo de fermentação e depois de decantado inicia-se o processo de destilação em um alambique, geralmente de bronze. O produto que se origina após este processo é a aguardente de cana, a cachaça.
Porém, nem todo o líquido é aproveitado para ser consumido. A chamada “cachaça de cabeça”(a primeira parte do líquido que se origina da destilação) é dispensada, pois contém níveis de álcool muito elevados. A parte final do processo também é jogada fora, esta por conter substâncias tóxicas, nocivas ao organismo humano. A parte realmente utilizada é chamada de “coração da cachaça”, aproximadamente 70% do que é produzido, de aparência incolor e odor quase imperceptível.
O processo de preparo da cachaça consiste nos seguintes passos:

FOTO 3: ALAMBIQUE DE COBRE FOTO 4: ENGENHO PARA MOAGEM DA CANA

Fonte: www.indi.mg.gov.br Fonte: www.paraty.tur.br
O termo “cachaça”, com o significado e o som que é pronunciado nos dias de hoje é de origem brasileira, do português falado no Brasil. Vem do Espanhol “cachaza”, palavra que na idade média significava “bebida ou bagaceira de qualidade inferior”. A palavra somente tornou-se usual a partir do século XVIII. Cachaça é uma denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38% a 48% em volume, a 20º Celsius.
Assim, esta bebida que inicialmente era destinada a animais e escravos, passou a seduzir também senhores de engenho, comerciantes e militares. Porém, estes sempre o fizeram de maneira envergonhada e escondida. Quem realmente garantiu a permanência da bebida foi o povo pobre, camponeses, pescadores, operários. Quem bebia cachaça era discriminado ou até mesmo incriminado, como cidadão suspeito, marginal ou doente. Hoje, apesar de ainda ser muito consumida pelas camadas mais economicamente carentes, a cachaça passou a ser consumida também pelas classes média e alta a até mesmo ser exportadas para países europeus como Alemanha e Inglaterra.


FIGURA 1: ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DE UM ALAMBIQUE
Serpentina de Distribuição do Líquido Pescoço de Cisne

Tonel Torre de Resfriamento Alambique de Cobre
Fonte: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/


O QUE É E O QUE NÃO É CACHAÇA
Segundo o conhecimento dos “cachaçólogos[3]”, só pode ser reconhecida como cachaça a aguardente derivada do caldo da cana-de-açúcar, transformado em mosto, com adição de água, fermentado e destilado apresentando graduação de 38% a 48% a 20º C.
Assim, segundo esses conhecedores e ferrenhos defensores da bebida, a aguardente feita do melaço, último subproduto da cana, não pode ser considerada cachaça. Tampouco a bebida retirada da rapadura pode ser nomeada cachaça. E mais, nenhuma bebida de origem cereal, como arroz e milho, ou de outro vegetal, pode ser considerado cachaça. Para completar, a cachaça envelhecida em tonéis de madeiras diversas ou acrescida de frutas, não pode ser chamada de cachaça.
Além disso, esses entendidos na arte da degustação da cachaça, afirmam que só há uma bebida que pode receber a denominação de “caipirinha”, é a feita com um limão, duas doses de cachaça, gelo e açúcar. Se a fruta for outra, como caju ou morango, e a bebida for vodka ou tequila, não podem receber o prefixo “Caipi”, não existindo, portanto, a “Caipivodka” nem a “Caipifruta”.

A IMPORTÂNCIA DA GASTRONOMIA E DA CULTURA PARA O TURISMO

O turismo é uma atividade que apresenta múltiplas vertentes. Da busca por aventura a peregrinações religiosas, do contato com a natureza ao simples descanso, de locais badalados em grandes centros urbanos a esconderijos naturais no meio de matas. Não é difícil entender esta grande variedade uma vez que os seres humanos, os consumidores do turismo, são muito diferentes e possuem interesses e necessidades diversas.
Portanto, dentro deste universo, a cultura e a gastronomia possuem lugar garantido. Muitos são os que buscam conhecer os atrativos culturais, materiais ou imateriais, da localidade que estão visitando. Sejam prédios históricos, museus e galerias, sejam shows de danças típicas ou peças de teatro, comidas e bebidas típicas, tudo isso é parte intrínseca da cultura de um local.
Comidas e bebidas, quando típicas e representativas de uma localidade, podem ser consideradas atrativos culturais imateriais, além é claro, de fazerem parte da gastronomia local. Exemplos não faltam: o acarajé da Bahia, a feijoada Carioca, o pé-de-moleque de Piranguinho-MG, a cachaça de Paraty-RJ. Todos, sem exceção, possuem importância extrema para as localidades de onde provêm e são símbolos indiscutíveis da cultura regional.
Para muitos turistas e diversas pessoas que trabalham na atividade do turismo, as representações culturais e a gastronomia de um lugar se tornam, respectivamente, um forte atrativo e uma fonte de renda e de exploração consciente e benéfica. Aí reside a importância básica destas duas atividades para o turismo.


A CACHAÇA COMO ATRATIVO CUTURAL – OS MUSEUS DA CACHAÇA

Sendo um bem cultural imaterial, a cachaça não é um ponto turístico, mas, nem por isso, deixa de ter endereço e horário para visitação. Isso se deve à criação de museus espalhados pelo país, que têm como principal atração garrafas de diversos tipos de cachaça, com cores, formas e rótulos distintos, além de instrumentos utilizados no preparo da bebida, como tonéis e alambiques.
Dois deles serão aqui destacados de maneira especial. O primeiro localiza-se em Lagoa do Carro, Pernambuco, e guarda a coleção particular de José Moisés de Moura, considerado o maior colecionador de cachaças do mundo. Está em funcionamento desde 1998, e fica a 60Km da capital do estado, Recife. O acervo conta com 8.012 garrafas de diferentes marcas, além de rótulos, tonéis e alambiques. Ainda há esculturas que representam bebedores de cachaça, como “O Ébrio” e “Papudinho”. É cobrado aos visitantes o preço de R$2,00 para adultos e R$1,00 para estudantes e maiores de 65 anos.

FOTO 5: EXTERIOR DO MUSEU FOTO 6: ESTÁTUA DO “ÉBRIO”

Fonte: http://www.museudacachaca.com.br/fotos.html Fonte: http://www.museudacachaca.com.br/fotos.html
O segundo fica em Caetés, Minas Gerais, e é de propriedade do médico Paulo Diogo Monteiro de Barros, que ali mantém sua coleção. Possui aproximadamente 6.000 garrafas e diversos utensílios utilizados na produção da bebida. Neste museu não há cobrança de entrada, porém, há um convite para degustação da cachaça e de doces preparados com a bebida, mas, há que se despender algum dinheiro para isso.



FOTO 7: ACERVO DE CAETÉ FOTO 8: PAULO DE BARROS

Fonte: http://www.museudacachacamg.com.br/ Fonte: http://www.museudacachacamg.com.br/

Além dos museus, muitas fazendas, que ainda preservaram suas Casas-Grandes, Senzalas e Engenhos, estão sendo utilizadas pelo turismo rural, servindo ao mesmo tempo como hospedagem e atrativo. Assim, alguns cômodos são destinados à hospitalidade dos visitantes, fazendo com que eles tenham, além da sensação da vida do campo, um olhar sobre o modo de vida das pessoas que habitavam aquelas localidades no período colonial, e aprendem o processo de fabricação da bebida, dentre outras coisas.

FIGURA 2: MUSEU DE LAGOA DO CARRO FOTO 9: COLEÇÃO DE GARRAFAS
Fonte: www.museudacachaca.com.br/museu.html Fonte:http://i185.photobucket.com/albums/x96/ t tapanacara/cachaca.jpg

A CACHAÇA COMO ATRATIVO GASTRONÔMICO

Com a definição de “pingófilo[4]”, por Marcelo Câmara, reconhecido como a maior autoridade em cachaças do mundo, a degustação desta se torna um hábito praticado pelos apreciadores desta bebida, de uma maneira sofisticada, buscando o prazer no simples ato de sorvê-la. Fichas de avaliação foram desenvolvidas para julgar as diversas marcas de cachaças e seus derivados, como as envelhecidas ou as aditadas com frutas. Nelas são julgados o material de que é feita a garrafa, o conteúdo em mililitros desta, se o regime de produção é artesanal ou industrial, se é utilizada matéria prima orgânica ou não-orgânica, quantas vezes foi destilada, dentre outros itens.
FOTO 10: MARCELO CÂMARA
Fonte: http://www.ilhaverde.net/iv/paraty.htm
Há também questões referentes ao gosto pessoal do degustador, como as impressões olfativas, as informações visuais, desde a garrafa até a aparência da pinga e talvez o mais importante, o gosto. Local da compra e preço são mais alguns pontos a serem questionados.
Portanto, torna-se crescente o número de adeptos da cachaça que se reúnem, não para se embriagarem, por motivos de dor-de-cotovelo, falta de dinheiro ou outro mal que aflige o homem moderno, mas pelo simples prazer de apreciar esta que é a bebida destilada mais vendida no país.
Além disso, a cachaça é utilizada em diversas receitas, principalmente de carnes, como pernil e costelinhas de porco e é ingrediente principal de uma série de drinques, como a caipirinha e as batidas de frutas diversas. Não se pode negar a importância gastronômica da cachaça.
FOTO 11: CAIPIRINHA FOTO 12: PERNIL DE CARNEIRO NA CACHAÇA

Fonte: www.brasilescola.com/upload/e/cachaca.jpg Fonte: www.cachacaparaiso.com.br/.../pernil.jpg



PARATY, SINÔNIMO DE CACHAÇA

A cidade de Paraty, localizada no litoral sul-Fluminense, é talvez o lugar que abriga em seu centro histórico o mais íntegro conjunto arquitetônico do período colonial do Brasil. A cidade promove, anualmente, diversos eventos culturais, como o “Festival Internacional de Cinema de Paraty”, a “Festa Literária Internacional de Paraty” (FLIP) e o “Festival da Pinga de Paraty”.
FOTO 13: CENTRO HISTÓRICO DE PARATY – RJ
Fonte: http://www.ilhaverde.net/iv/paraty.htm

Este último evento, que já se encontra em sua 25ª edição, celebra o produto que se tornou sinônimo da cidade, a cachaça. Desde o início do século XVII a bebida vem sendo fabricada na região, que é reconhecida como a produtora das melhores cachaças do país, dentre elas a de marca “Coqueiro”, única com selo de qualidade e excelência auferido pelo Ministério da Agricultura.

FIGURA 3: SELO DE QUALIDADE FIGURA 4: RÓTULO DA CACHAÇA COQUEIRO

Fonte: http://www.ilhaverde.net/iv/paraty.htm Fonte: http://www.ilhaverde.net/iv/paraty.htm


Das mais de mil denominações que a cachaça recebeu ao longo dos séculos, “paraty” é o mais universal, de maior lastro histórico e cultural. A cachaça de Paraty serviu de moeda para a aquisição de escravos, ouro, pedras preciosas e café, e desde o início da sua produção era exportada em grande escala para a Europa. Paraty chegou a ter, em meados do século XIX, cerca de 160 engenhos de aguardente. Hoje em Paraty restam apenas seis engenhos produtores de cachaça. A cachaça significa muito para a comunidade paratiense e a recíproca é verdadeira, a cidade foi de crucial importância para a disseminação da bebida e sua fama mundial.

CONCLUSÃO

Tendo sido apresentados os dados e análises, percebe-se a importância da cachaça como um atrativo, tanto cultural, quanto gastronômico, para a atividade turística do Brasil. Apesar do preconceito que sempre sofreram, tanto a bebida quanto seus consumidores, a “pinga” e os “pingófilos” merecem atenção e respeito por parte daqueles que buscam edificar a atividade turística no Brasil, se utilizando da riqueza proporcionada pela cultura nacional.
É sempre importante salientar que a atividade turística, cada vez mais, está sendo vinculada a projetos de sustentabilidade, visando à proteção dos bens, materiais ou imateriais, culturais ou naturais, que são a base do seu sustentáculo. Assim sendo, é de extrema importância que tanto os turistas, que usufruem destes bens, quanto os integrantes do trade turístico, se empenhem em mantê-los intactos, para si e pensando nas gerações vindouras.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASCUDO, Luis da Camara. Prelúdio da Cachaça. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, 1986.
CÂMARA, Marcelo. Cachaças : bebendo e aprendendo – guia prático de degustação. Rio de Janeiro: Mauad X, 2006.
OMT. Guia do Turismo Sustentável. Porto Alegre: Bookman, 2004.
OMT. Turismo Internacional: uma perspectiva global. 2ª ed – Porto Alegre: Bookman, 2003.
TAPAJÒS, Vicente. História do Desenvolvimento Econômico do Brasil. Rio de Janeiro: A Casa do Livro, 1969.
ZICKWOLFF, E.C.C. A Música Caipira Que Virou Monumento, Um Menino Que Vende o Turismo em Ouro Fino – MG. Anais do Seminário Internacional de Turismo. Turismo, Associativismo e Desenvolvimento Regional, Curitiba, setembro, 2006.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil_Col%C3%B4nia#A_fase_do_a.C3.A7.C3.BAcar_e_as_capitanias_heredit.C3.A1rias_-_s.C3.A9culos_XVI_e_XVII. Acessado em 06 de janeiro de 2008.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cacha%C3%A7a, acessado em 05 de janeiro de 2008.
http://www.coladaweb.com/hisbrasil/ciclo_cana.htm, acessado em 06 de janeiro de 2008.
http://www.ilhaverde.net/iv/paraty.htm, acessado em 07 de janeiro de 2008.
http://www.museudacachaca.com.br/, acessado em 05 de janeiro de 2008.
http://www.museudacachacamg.com.br/, acessado em 05 de janeiro de 2008.
http://www.paraty.com.br/alambiques.asp, acessado em 05 de janeiro de 2008.
http://www.paraty.tur.br/culturasetradicoes/cachacaoupinga.php, acessado em 05 de janeiro de 2008.

[1] Trabalho realizado para a matéria optativa de Alimentos e Bebidas, ministrada pela professora Vanina Matos, da Universidade Federal Fluminense.
[2] Bacharelando em Turismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Educador de Turismo e Hospitalidade do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem) - Niterói. E-mail: erickturismo@hotmail.com.
[3] Termo criado por Marcelo Câmara que designa estudioso da cachaça, conhecedor da cachaça. (CAMARA, 2006, pág.159).

[4] Termo criado por Marcelo Câmara que designa amigo da cachaça, apreciador da cachaça. . (CAMARA, 2006, pág. 13).

domingo, 6 de janeiro de 2008

Aflição

Pensando e morrendo, eu sigo vivendo
E nos passos das pernas que vão tremendo
Cansado do peso e da pena de mim
Chorando sozinho, pensando no fim
A esperança é assim só uma palavra
Como o roceiro que semeia e lavra
Sigo jogando as migalhas ao vento
Subindo a ladeira com meu passo lento
E mesmo sabendo que não tenho chance
Eu tento acabar com o jogo num lance
Erick Coelho