sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Pianista

Penso em compor uma valsa. Mas quando pouso meus dedos nas teclas, não há música. Há apenas um mesmo som, repetido ininterruptamente. E a harmonia não é nada mais que um amontoado de palavras, que silenciosamente despertam meu ouvido interior. E eu danço no ritmo das rimas, na cadência surda das sílabas não pronunciadas. Tudo é sonoridade para os meus olhos. Meu piano é minha máquina de escrever.

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