quinta-feira, 16 de julho de 2020

Espelho

Eu ando tão sem paciência, sem nenhuma vontade... Não sei se é sinal de demência ou se é coisa da idade. Apenas sinto que não sinto nada que me agrade, aliás, tudo me agride... E nem dormir eu quero mais, para não ter que sonhar com nada, nem ninguém. Talvez, só queira fugir de mim. Será o fim? Quem me dera... Quem me dará? Onde andará meu querubim? Morreu no dia em que nasci. Desceu à terra e o ofendi, com a descrença em seu Deus pai. Hoje a paz não me quer mais. Ela cansou da minha voz. Passou a vez. Ah, mundo sem nexo. Um caos complexo. Meu reflexo já não exibe quem eu me reconhecia outrora. Só me resta esta colcha de retalhos remendada, muito curta, onde não consigo me isolar de quem sou.

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